quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Pela Estrada Fora


Título: Pela Estrada Fora
Autor: Jack Kerouac
Editora: Relógio D'Água
Tradução: Armanda Rodrigues e Margarida Vale de Gato
333 páginas, capa mole

Classificação: *** (3/5)

"Mas nessa altura dançavam pelas ruas fora, quais fantoches febris, e eu trotava atrás deles, como toda a vida fiz no encalço das pessoas que me interessam, porque as únicas pessoas autênticas, para mim, são as loucas, as que estão loucas por viver, loucas por falar, loucas por serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo, as que não bocejam nem dizem nenhum lugar-comum, mas ardem, ardem, ardem como fabulosas grinaldas amarelas de fogo-de-artifício a explodir, semelhantes a aranhas, através das estrelas e, no meio, vê-se o clarão azul a estourar e toda a gente exclama: "Aaaah!""
Pela Estrada Fora, Jack Kerouac

"Pela Estrada Fora" é considerado por inúmeros especialistas como um dos mais importantes de sempre, devido à sua influência em toda uma geração de jovens, a geração beat nascida nos Estados Unidos da América nas década de 50/60. 
Este é um livro de forte inspiração autobiográfica em que, utilizando uma técnica narrativa própria, que o próprio Jack Kerouac apelidou de prosa espontânea, constituída por enormes blocos de texto, o autor descreve as viagens de Sal Paradise (o próprio Kerouac) e Dean Moriaty pelos Estados Unidos da América e pelo México. 
Viagens frenéticas à boleia, festas, álcool, café, tabaco, drogas, sexo e jazz são a vida e a obsessão do carismático Dean Moriaty que fascina o escritor Sal Paradise levando-o a embarcar em alucinantes jornadas através do país em busca de liberdade e "daquilo", algo que não conseguem definir nem compreender mas que procuram incessantemente. 
Devo dizer que ao contrário de gerações e gerações de pessoas não fiquei inspirada a viajar de mochila ás costas por esta história, a falta de escrúpulos e de consideração de certos personagens desagradaram-me, a repetição dos mesmo acontecimentos mas em locais diferentes e os longos blocos de texto corrido cansaram-me um pouco. No entanto reconheço a beleza da descrição de certos locais e a maneira fiel como descreve a mente desta geração beat na incessante busca de liberdade.
Recomendaria este livro a pessoas de espírito aventureiro fascinadas por viagens sem rota definida. 
Esta obra foi adaptada ao cinema em 2012 pelo realizador Walter Sales. 



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